segunda-feira, dezembro 20, 2010

insubstituivel

Fui feliz um dia, e sinto que não conseguirei atingir essa tão inimaginável felicidade mais uma vez. Não por não querer. Não por não ter oportunidade. Mas sim por não conseguir. Para ser verdadeira, tem de ser partilhada. E sei que não vou conseguir partilhá-la com outro alguém de igual forma como partilhei contigo. Tenho saudades tuas. Tenho saudades nossas. Um até sempre, melhor amigo.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

O Amor é o Amor









O amor é o amor — e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos — somos um? somos dois?
espírito e calor!

O amor é o amor — e depois?

Alexandre O'Neill, in 'Abandono Vigiado

Certeza Única é o Mal Presente

"Pois que nada que dure, ou que, durando,
Valha, neste confuso mundo obramos,
E o mesmo útil para nós perdemos
Conosco, cedo, cedo.

O prazer do momento anteponhamos
À absurda cura do futuro, cuja
Certeza única é o mal presente
Com que o seu bem compramos.

Amanhã não existe. Meu somente
É o momento, eu só quem existe
Neste instante, que pode o derradeiro
Ser de quem finjo ser?"
RR

segunda-feira, dezembro 13, 2010

e ali a encontrei, sozinha à minha espera. simplesmente não fui capaz de a acompanhar, não tive coragem de me aproximar e como que se não me importasse, deixei-a novamente.
arrasto-me quase que inconscientemente por ruas e ruelas, não sei bem onde parar, não sei quando parar. enfio-me a força toda numa e noutra e não sei mais como sair delas. pilhas e pilhas de cigarros me acompanham. a luz é minima e a visibilidade é fraca, sinto que a qualquer momento, vindo do nada, irei cair, bem lá no fundo, e bater fortemente com a cabeça. não sei bem se me conseguirei voltar a levantar, mas sei que terei mais consciência daquilo que faço, e não voltarei a meter-me em tão más ruas e ruelas. sei que sim. só preciso de cair e conseguir levantar-me novamente, sozinha.
pouco me importa, quando sei que a tua amizade vale muito mais que qualquer amor.
és uma mierda.

domingo, dezembro 12, 2010

nos meus sonhos sou tão feliz. sonho com campos gigantescos, verdejantes, com ar puro, tenho um vestido branco, estou descalça e sinto nos meus pés todas aquelas ervinhas lindas e frescas a cada passo que dou, e sinto-me bem assim. deito-me no meio daquela beleza imensa, fecho os olhos com suavidade e logo sou atingida por uma suave e livre brisa que me acalma e me faz esboçar o mais belo sorriso que algum dia conseguirei esboçar, abro os braços e sinto em todos eles, o fresco e lindo campo, que me abraça e embala ao ritmo que o vento faz voar toda aquele ar limpo, fresco e rejuvenescido. passo as mãos e consigo sentir toda a frescura e pureza da minha consciencia. acalma-me a alma e por momentos consigo ser imensamente feliz. hoje.
a alma gira e gira, estou enjoada de tantas voltas, não sei por onde me virar mais. não tenho uma direcção certa. vagueio por ai e por aqui, lá e acolá. não sei mais onde devo estar, onde devo viver e respirar. sento-me num canto sozinha e refugiada. de tudo. não penso em nada e penso em tudo. repenso o que ja se passou, apercebo-me de tudo o que perdi e tudo o que vivi. não sinto qualquer arrependimento. não sinto qualquer vontade de mudar nada, nem de voltar ao que era. quero viver, quero rir e sorrir, correr livremente e ser feliz. à minha maneira.

sábado, dezembro 11, 2010

valor?

Pela primeira vez, tenho a estranha sensação de valorizar mais do que devo, sem a contribuição de terceiros. E não gosto.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

preciso-me

estou a fraquejar, não me encontro em canto algum dentro de mim, já não me reconheço a mim própria. os meus actos não são os mesmos, a minha mente não é a mesma e eu simplesmente não consigo ver como realmente sou, não consigo dar a entender o que realmente sou, e poucas são as fontes de recepção que me entendem como realmente me devem entender. preciso de mim, é a mim mesma que preciso de encontrar. rapidamente. desespero apodera-se de mim. não consigo continuar assim. preciso-me.

segunda-feira, dezembro 06, 2010

transbordo por palavras tudo aquilo que sinto (por vezes até o que não sinto) não me sei esclarecer doutra maneira senão esta. nada me transparece tão bem, como as palavras que de mim saem.

amor?

corria que nem louca, sem destino, e sem querer, entrei num novo caminho. fui à descoberta, olhei para todos os cantinhos, só pensava no quão esquesito era, tão novo e fresco. onde irei parar? pensei. continuei, de mão dada com o (supostamente pensava eu), amor. sorri, ri, fui feliz, vivi todos os momentos com o maior do entusiasmo. senti com todo o coração aquilo que via, aquilo que estava ao meu lado, aquilo que se punha no meu caminho. senti com força e força. tropecei montes de vezes, encontrei imensas pedrinhas e pedragulhos no caminho, alguns guardei porque os achava interessantes, outros simplesmente ignorei, pensando não voltar a ve-los. enganada, continuei o meu caminho, pensando no quanto feliz estava, sem ver que para trás só deixava marcas jamais inalteráveis. nunca me passou pela cabeça no quão mal me estava a fazer. nem sempre o amor esteve do meu lado, muitas vezes dava por mim de mão dada com o odio, com a raiva e até mesmo com o engano. não sabia porquê, nem como. ignorei e continuei sempre à procura daquele que me deu a mão desde inicio. até que cheguei a um cruzamento, tive de fazer escolhas, tive de novamente seguir outro caminho, e o amor? o amor simplesmente me deixou continuar sozinha, dando-me pontapés, puxando-me para baixo e não me deixava subir, não me deixava continuar. não percebia o porquê, não percebia porque razão não me deixava ir, ou porque razão não me acompanhava. porquê? egoismo, tudo se resumia a egoismo. não me queria ver feliz, não me queria acompanhar, porque sabia que iria sempre haver uma barreira, atalhos diferentes e que provavelmente não nos voltariamos a encontrar tão cedo. eu acreditava que sim, acreditava que por mais longe que estivéssemos, o sentimento iria ser muito mais forte, iria superar tudo. mas o amor, o amor foi egoista, foi hipocrita, e ensinou-me que não só é preciso amar, mas como também é preciso SABER amar. e o próprio amor, não sabe o que é amar. nunca soube. e duvido que algum dia saberá. primeiro tem de aprender a respeitar, tem de aprender que nem tudo se resume a contacto fisico, o sentimento também manda. e mais importante que sentir e tocar, é saber estar nas duas situações, separando-as, e aprender a viver com as duas. sem receio. nem egoismo.
deixa correr, vive com intensidade cada momento, porque amar é uma arte, é um auge que poucos alcaçam. é preciso força, é preciso saber amar, é preciso entender e responder correcto. saber corresponder. aprender e evoluir. tropeçar, cair e levantar. sabedoria acima de tudo, não basta sentir, tem se saber o que se sente, ter a certeza do que se quer, para não magoar, para não fazer rasteiras, não deixar cair outro aos nossos pés. amar, é respeitar e saber respeitar. não é querer, não é puder. é saber.

domingo, dezembro 05, 2010

"Eu tenho ideias para novelas, tu tens ideias para a vida" José Saramago ( http://www.youtube.com/watch?v=aawP5PlTgXQ )