sábado, fevereiro 20, 2010

reflexão de mim

Não sei como, não sei porquê, mas subitamente estou só, simplesmente não existe ninguém à minha volta, estou nua, completamente nua, não tenho nada que me proteja, nada que me ajude a avançar, simplesmente nada, porque não existe nada, nem ninguém. E estou aqui, nesta estrada, sem destino, descalça no asfalto, sem o calor humano, sem o calor de amor, sem o calor da amizade, porque simplesmente não tenho nada comigo, apenas a minha dignidade, apenas a minha dor, apenas eu, apenas eu me acompanho de mim, apenas eu. E caminho, nesta estrada que chamam vida, nesta estrada que chamam fase, nesta estrada sem ninguém, nesta estrada deserta, deserta de amor, deserta de carinho, deserta de calor, simplesmente deserta. Vejo pessoas passarem, vejo mãos estenderem-se na minha direcção, mas rapidamente fogem, e não as apanho, corro atrás delas, mas elas são rápidas, e num instante deixo de as ver, simplesmente não as acompanho, e estou sozinha, sem nada, sem ninguém, porque não consigo agarrar a mão que se estende, porque não consigo acompanhar o ritmo, porque simplesmente não tenho mais forças, e tenho frio, estou gelada, por dentro, por fora, estou gelada. Nada me segura, nada me apanha, e eu, eu nada seguro, eu nada apanho. E continuo este caminho, nesta estrada sem destino, desolada comigo mesma, desolada com o mundo, e porquê? Para quê? Do que me servem os sonhos bons, do que me servem os sorrisos que executo todos os dias, do que me valem as gargalhadas que dou, do que me servem os olhares que troco, do que me servem dizer todas aquelas palavras bonitas que digo, do que me servem todos os gestos carinhosos que faço, do que me servem todas estas coisas boas que vos dou, se nada em troca me dão? De repente tudo ou nada faz sentido, nada. E sento-me na beira da estrada, à espera, de nada, porque sei, que nada aparecerá, não sei como, mas simplesmente sei que nada aparecerá, sei que nada me fará sorrir de novo como sorria, sei que nada me fará dar gargalhadas como antes, nada me fará caminhar direita, nada me fará sentir bem, nada, simplesmente nada, porque estou completamente só, estou e nada o mudará, porque ninguém nota em mim, ninguém repara no meu sofrimento, ninguém me olha nos olhos e me vê realmente como sou, simplesmente ninguém. E continuo nesta estrada sem destino, sozinha…

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

força

falta-me a voz, já não consigo mais gritar por ajuda, falta-me a força nas pernas e não consigo mais correr para longe, e fico, aqui, parada, estática, sem força para nada, simplesmente, tenho força para continuar a minha rotina, feia e pesada, que me sufoca e eu simplesmente não tenho mais forças, apenas as necessárias, ou talvez, simplesmente pense que tenha, e na realidade não existam quaisquer forças em mim..

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

máscara

escondo-me atrás de uma máscara, e engano quem passa. finjo ser algo, que na realidade me custa ser, finjo tão bem, que até a mim mesma me engano. por vezes, acredito mesmo que é isto que sou, que é isto que sinto, mas quando acordo, quando abro bem os olhos e me vejo ao espelho, percebo, que esta, esta não sou eu, e ninguém me conhece de verdade, ninguém me lê nos olhos, ninguém me lê nos lábios, porque me escondo, porque na realidade não sou eu, na realidade, é apenas uma máscara, uma ilusão, um sonho de mim, um sonho, que desejo ser, algo que desejo muito ser. mas ainda não o sou, ou talvez o seja, talvez a máscara já tenha caído, e afinal sou eu, eu mesma, assim, tanto fingi, que concretizei, tanto acreditei, que se tornou realidade, e talvez, seja eu mesma.. assim.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

estou cansada,

não tenho mais voz, não tenho mais fôlego, não tenho mais palavras, não tenho nada, nada sem ser os meus sentimentos, sem ser os meus fracassos, sem ser o que me resta, sendo pouco o que me resta na verdade.. e sou assim, feliz aos poucos, ou tento ser.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

RV

«(...) Os homens raramente se explicam,

e quando o fazem, fazem-no mal»

(a ilusão alimenta-nos enquanto não existem explicações, mas após a sua existência é como se um balde de agua bem fria nos atingisse e a ilusão passa a desilusão, apenas é acrescentado um prefixo, daqueles prefixos que doem e magoam.. simplesmente é uma dor que demora a passar, e nem as melhores explicações, aquelas que nos tentam acalmar, nem essas sabem ser as perfeitas, nem essas conseguem superar a dor que as outras anteriores nos provocaram)

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Fecho os olhos e..

por uns instantes sou feliz, sou eu que sorriu, sou eu, simplesmente, eu. Sem guerras, sem medos, apenas sou feliz, comigo, com as minhas coisas. Tento evitar aquilo que me entristece, mas logo depois sou interrompida, um pequeno buraco, um mínimo rasgão, e volta à realidade do que sou, e percebo que afinal, tudo aquilo que via, tudo o que sonhava, não existia, aquilo que por uns instantes sou, não sou realmente... aquilo que penso ser, aquilo que penso amar, aquilo que penso amar-me, na realidade não existe, sou apenas eu, a inventar, apenas eu a tentar, nem que por segundos, ser feliz, comigo mesma, como que na realidade, não existe...

domingo, fevereiro 07, 2010

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Tu és...

minha vida, meu sorriso, minha alegria.. amo-te mais que tudo Melhor Amiga@
Gummy, gummy, gummy, forever Gummy@

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Mar Me Quer

"Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem consolar, aceitar pêsames por uma porção da alma que nem chegou a falecer."
Mia Couto

terça-feira, fevereiro 02, 2010

realidade

porquê? expliiiquem-me... caneco!
é ilusão, atrás de ilusão, e eu parva atrás.. como se fosse uma coisa boa, como que se fizesse bem. aliás, faz bem sim, mas não aquele bem, que faz mesmo bem, porque o bem que faz mesmo bem é um sonho, e eu vivo na realidade. vivo na ilusão. na ilusão que me dás, em sonhos, em pesadelos, em mim, na minha cabeça. e porquê? porque fazes isso? (quer dizer, eu é que faço, porque eu é que imagino.. right?) mas porquê? NHÁÁC! só quero perceber, só quero entender porque existem dois de ti, o que eu vejo, e o que és.. já não sei mais que pensar disso, não sei mais que pensar de ti.. simplesmente, sinto-me estúpida no meio disto tudo. deste assunto. desta situação.
(aiiiii, quero que a realidade seja um sonho)

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

f.p

'valeu a pena? tudo vale a pena, se a alma não é pequena..'
(.. quem me dera que fosse assim tão fácil)