Não sei como, não sei porquê, mas subitamente estou só, simplesmente não existe ninguém à minha volta, estou nua, completamente nua, não tenho nada que me proteja, nada que me ajude a avançar, simplesmente nada, porque não existe nada, nem ninguém. E estou aqui, nesta estrada, sem destino, descalça no asfalto, sem o calor humano, sem o calor de amor, sem o calor da amizade, porque simplesmente não tenho nada comigo, apenas a minha dignidade, apenas a minha dor, apenas eu, apenas eu me acompanho de mim, apenas eu. E caminho, nesta estrada que chamam vida, nesta estrada que chamam fase, nesta estrada sem ninguém, nesta estrada deserta, deserta de amor, deserta de carinho, deserta de calor, simplesmente deserta. Vejo pessoas passarem, vejo mãos estenderem-se na minha direcção, mas rapidamente fogem, e não as apanho, corro atrás delas, mas elas são rápidas, e num instante deixo de as ver, simplesmente não as acompanho, e estou sozinha, sem nada, sem ninguém, porque não consigo agarrar a mão que se estende, porque não consigo acompanhar o ritmo, porque simplesmente não tenho mais forças, e tenho frio, estou gelada, por dentro, por fora, estou gelada. Nada me segura, nada me apanha, e eu, eu nada seguro, eu nada apanho. E continuo este caminho, nesta estrada sem destino, desolada comigo mesma, desolada com o mundo, e porquê? Para quê? Do que me servem os sonhos bons, do que me servem os sorrisos que executo todos os dias, do que me valem as gargalhadas que dou, do que me servem os olhares que troco, do que me servem dizer todas aquelas palavras bonitas que digo, do que me servem todos os gestos carinhosos que faço, do que me servem todas estas coisas boas que vos dou, se nada em troca me dão? De repente tudo ou nada faz sentido, nada. E sento-me na beira da estrada, à espera, de nada, porque sei, que nada aparecerá, não sei como, mas simplesmente sei que nada aparecerá, sei que nada me fará sorrir de novo como sorria, sei que nada me fará dar gargalhadas como antes, nada me fará caminhar direita, nada me fará sentir bem, nada, simplesmente nada, porque estou completamente só, estou e nada o mudará, porque ninguém nota em mim, ninguém repara no meu sofrimento, ninguém me olha nos olhos e me vê realmente como sou, simplesmente ninguém. E continuo nesta estrada sem destino, sozinha…
fofinhaaa :'D
ResponderEliminargosto tanto dos teus textos pá.
vou começar a vir aqui mais vezes :b
beijinho
és uma feia, vi!
ResponderEliminarsabes muito bem que nunca estarás sozinha! adoro-teee :) <3